sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

O sótão (II)

Bom, recapitulemos:



O sótão está pronto, mas está todo desarrumado. É suposto vir a ser um escritório onde reina a organização, mas ainda não é. Vamos esforçar-nos por meter tudo no sítio, mas ainda há imensas coisas para catalogar e ainda não estamos nessa fase. De qualquer forma, decidimos mostrar o andar de cima da nossa casa, porque já cheguei a ser abordada na rua com a seguinte conversa: "Olha lá! A última coisa que vi da tua casa foi a casa de banho. Tens de actualizar o blog."










sexta-feira, 2 de novembro de 2012

O Passatempo

Queridos amigos,
bem sabemos que não vos mostrámos mais nada da nossa casa. Temos tido muito trabalho, mas ainda não temos mais nada concluído. (A culpa é minha, que fiquei inteiramente responsável pelos têxteis e ainda não me despachei...)
Como está na moda os blogs fazerem passatempos, decidimos fazer um também!
Vamos oferecer uma magnífica latinha de tinta de ardósia preta a quem quiser ter um momento de bricolage e criatividade em casa. (Sobrou-nos uma lata. Está intacta e está a irritar-me olhar para ela, porque fiz mal as contas ao rendimento da tinta...)
O passatempo é muito simples: o primeiro a dizer que quer a latinha, é o vencedor!!!

Agora a sério: Alguém quer a tinta? :)


terça-feira, 4 de setembro de 2012

A casa de banho

Antes...




Depois...




Bom! Começámos por ter de mudar o poliban. O antigo estava mesmo estragado, ferrugento, a entrar (ou a sair...) água por todos os lados. Aproveitámos e tirámos também a porta acrílica. Seguiu-se a dúvida: colocamos outra porta acrílica ou uma cortina? O David preferia outra porta, mas eu - que imaginei logo que era eu que a ia limpar mais vezes, e aquilo ainda é chato de limpar - achei que a cortina seria mais prática. Combinámos que nos ficávamos pela cortina porque, neste momento, era o mais fácil e mais barato de pôr. Se aquilo "meter água" - como o David acha que vai meter - metemos a porta acrílica.
Os azulejos do "antes" eram cor-de-rosa e velhos. Foram tapados. Agora é tudo branco e limpinho!
Mudámos todos os sanitários. Foi muito difícil encontrar o lavatório, mas não podia gostar mais dele.
Comprámos o móvel, o espelho, a prateleira e todos os toalheiros no Ikea.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

O sótão

A primeira transformação na nossa casa (efectivamente)! Ainda não está pronto, mas já é digno de registo.

Muito Antes...




Antes...


Depois... continuamos num próximo capítulo.

Nota: Não era só mau aspecto. Aquilo tinha mesmo ratos mortos e um cheiro difícil de aguentar. 

terça-feira, 24 de julho de 2012

A garrafeira

O David queria uma garrafeira. Procurei nalgumas lojas de velharias (mais uma vez) e esta foi-me oferecida por uma prima do meu avô que trabalhava no ramo. 
Pensei em usar bondex ou verniz... mas acabei por encera-la, apenas. Quis manter o aspecto antigo, mesmo que não tenha nada a ver com a cozinha. Acho que tem a ver com o vinho!
Só tive de colar as prateleiras das garrafas mas não tive praticamente trabalho com isto.


O quadro de cortiça foi uma ideia do livro Junk For Joy! numa tarde solitária na fnac, e foram precisas 90 rolhas, gentilmente cedidas por pais e avós - (nem eles próprios sabiam para que guardavam isto, mas sempre foi bom!).
Assim, o David pode guardar as garrafas e escrever apontamentos no quadro sobre datas, lugares e pessoas associadas a cada uma.

terça-feira, 17 de julho de 2012

A mesa de apoio


Esta mesa de apoio também era do avô do David e veio de Angola.
Achei-a logo muito bonita mas, como os 50 anos ainda pesam mais nas coisas do que nas pessoas, precisava de alguns ajustes. Foi lixada e envernizada novamente. 
Como o tampo era feito por duas tábuas em vez de uma peça de madeira única, já não estava muito direito. Para resolver o problema (e porque gosto de ver móveis aparadores assim) decidi meter um espelho em cima. A minha mãe deu a ideia dos cantinhos de metal e encontrei-os numa loja de ferragens na Praça da Fruta (Caldas da Rainha). 
Já imagino um candeeiro ou velas acesas com a luz reflectida...
Vai ficar ao lado do sofá.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

As cadeiras do avô


São duas! (Mas ainda me falta fazer uma almofada.)
Depois de assentos mudados, cadeiras bem lixadas, imperfeições reparadas e poros tapados, duas demãos de bondex, esponja cortada à medida e almofada feita, aqui estão elas!

sábado, 14 de julho de 2012

O relógio do cuco


Quando eu era pequenina tinha um fascínio qualquer por relógios e nem sequer sabia ver bem as horas. Os meus preferidos eram os do cuco.
Quando fiz cinco anos a minha avó deu-me este!
Lembro-me de faltar pouco tempo para receber as prendas e de ninguém me dizer o que iam ser.
Lembro-me que a minha avó começou a cantar:

"Andava na floresta sem ouvir algum rumor,
Ouvi cantar o cuco que andava ao derredor.
Cu-co! Cu-co! Cu-co, cu-co, cu-co."


Indignada, gritei: "Oh avó! Pára de cantar e diz-me o que é a prenda!!!"
Só mais tarde percebi porque é que o meu avô não parava de dizer: "Não tarda ela percebe... Já quase lhe disseste! Bela surpresa que vai ser, assim..."
Com cinco anos não era lá muito perspicaz.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

terça-feira, 10 de julho de 2012

O serviço de chá


"Custou-me cinquenta escudos. Era meio ordenado há cinquenta anos!" - repete a minha avó todas as vezes que vou lá a casa e me lembro de abrir o armário para ver o serviço de chá.
Foi a primeira peça de enxoval que ela comprou.
Ela e o meu avô namoraram sete anos. Só que como ela estava em Lisboa a trabalhar e o meu avô estava no Painho e, nesse tempo, o Painho e Lisboa eram muito mais longe, só se viram sete vezes durante todo o namoro. Nas curtas férias que a minha avó tinha para visitar a família, uma vez por ano. Durante esses quinze dias, ainda por cima, tinham de namorar às escondidas! O meu avô era sete anos mais velho que a minha avó e o pai da minha avó não via isso com bons olhos. Nem isso nem o facto da família do meu avô ser mais abastada que a dele. Não é que fossem ricos, mas tinham fazendas. E nessa altura uma fazenda valia alguma coisa. O meu bisavô achava que o meu avô não gostava a sério da minha avó e acho que ainda lhe deu uma sova pelo meio.
Entretanto, eles escreviam-se bastante. Mas como os selos eram demasiado caros para quem está a trabalhar para ajudar a família, a minha avó tirava os selos das cartas das patroas com cuidado e apagava a marca do carimbo com uma côdea de pão embebida em leite (trafulha!), reutilizando-os. Dentro do envelope enviava a carta e outro selo para que o meu avô lhe pudesse responder.
No dia do casamento o meu bisavô perguntou três vezes à minha avó se tinha a certeza que se queria casar. Ela tinha!
Agora o serviço de chá dos meus avós vai estar na nossa casa. No dia em que fui tirar as fotografias a minha avó confessou: "Não vejo a hora de te ver levar isso daí!"
Nem eu, avó! Nem eu.

domingo, 8 de julho de 2012

O Passeio


Na nossa casa vai haver Chagall, claro.
(E também vai haver Monet. Mas esse fica para um post mais alargado porque, provavelmente, o David vai querer contar a história.)

sexta-feira, 6 de julho de 2012

O passado


O relógio de parede do meu avô e o relógio de parede da avó da Débora.
As duas cadeiras (ou cadeirões, como lhes chama a minha mãe) muito antigas que pertenciam à casa do meu avô.
A mesinha de apoio que nos idos anos 50 viveu em Angola, noutro continente, noutra cultura e quantas histórias transporta ela?
O serviço de chá que foi a primeira peça de enxoval da avó da Débora.
O roupeiro e a toalha de renda que nos foram dados por uma senhora amiga da família.
A moldura que foi encontrada em casa da tia da Débora e que já partilhámos aqui.

São peças que farão parte do nosso cantinho e que oportunamente terão o seu destaque aqui no cantinho virtual. São peças que têm em comum o facto de reunirem em si mesmas funções decorativas e funções recordativas (o Priberam diz que só existe a palavra recordadoras, mas recordativas soa-me bem melhor!).


Recordar é viver, dizia alguém. Recordar não é viver, digo eu, mas contribui para viver bem. Para chegarmos onde sonhamos chegar é importante reconhecermos de que forma chegámos até onde estamos hoje. Vou gostar de viver numa casa com elementos que me levem a percorrer os trilhos da memória, lembrando-me de familiares e histórias antigas, histórias que não vivi e que só conheço por conversa, mas que fazem parte da minha origem. Vou gostar de viver numa casa em que o passado tenha peso e os objectos tragam à nossa memória os familiares e amigos que ajudaram a transformar o menino David e a menina Débora em dois adultos responsáveis (?) e também os que ajudaram a transformar uma casa inabitável num lar bonito e confortável.


Viver o presente, projectando o futuro, levando em consideração a herança do passado:  este parece-me um bom lema de vida e vou gostar que a minha casa também o adopte. (Débora, neste blogue segue-se o acordo ortográfico?) 

terça-feira, 3 de julho de 2012

A televisão


Não vamos ter uma!
Não me lembro ao certo como decidimos não ter televisão. Talvez tenha sido porque eu me estava sempre a queixar que ficava acordada até muito tarde porque não conseguia deixar de ver o CSI na Sic. Ou porque o David se queixava da inutilidade de grande parte da programação.
Entretanto, com o "apagão TDT" deixei de ter televisão em Lisboa. Confesso que, morando sozinha, a primeira semana foi terrível! Queria barulho de fundo e imagens a mexer, mesmo que não lhes desse muita importância.

Curiosamente este período coincidiu com um fórum do GBU, onde ouvimos o orador Alfredo Abreu. Uma das coisas de que ele falou foi da importância do silêncio. (Aliás! Mais do que falou! Ele levou-nos numa autêntica e quase dolorosa viagem pelo silêncio. Sabiam que pensamos melhor em silêncio? Claro que sabiam. O que demora a reparar é que o silêncio é muito difícil de alcançar hoje em dia.) A partir desse fórum, em vez de me sentir confortável com barulhos de fundo, passei a procurar o desconforto do silêncio e, aos poucos, fui-me habituando. E gostando.

Agora, oiço música quando quero mesmo ouvir música, não para ter cenário sonoro. Vejo filmes quando quero ver filmes, não quando quero que haja alguma acção a fingir pela casa.
Além do mais, acredito que assim quando nos sentirmos aborrecidos vamos ser mais depressa impelidos a sair de casa e a passear. O que é bom. The world is outside, people!

A nossa única questão em relação a esta decisão é não saber bem onde vamos ver filmes e séries. (Sim, porque nós gostamos mesmo de filmes e de séries!) Nos computadores portáteis não dá muito jeito, se quisermos ver com mais amigos. Depois também há quem diga que os nossos filhos, um dia, se vão sentir "esquisitos" porque os pais não querem televisão em casa...
Mas estas já são outras questões!

sábado, 30 de junho de 2012

A moldura


A sala será verde. Mas pensei que um quadro que não tivesse nada a ver ia ser o mote para não termos medo de acrescentar coisas à sala. Isto é: não quero uma sala muito "direitinha". Quero uma sala onde nem tudo faça sentido, onde nem sempre tudo esteja arrumado, onde passemos tempo à vontade.

Sempre gostei de molduras douradas. Procurei por uma em várias lojas de velharias, mas estava a ser difícil de encontrar, porque todas tinham o preço do quadro (nada barato!) incluído.
Esta, ia para o lixo!!! Encontrei-a na casa da minha tia.
Não foi nada difícil de recuperar. Limpa móveis e uma latinha de tinta dourada só para algumas zonas estragadas. Depois foi meter o poster.

terça-feira, 26 de junho de 2012

O esquema


Foi assim que me foi apresentado o meu futuro lar. 
Já o imagino assim. 
Já vejo a cozinha repleta de artigos de enxoval, a garrafeira pronta para receber vinhos, as nossas tralhas a encher o roupeiro e a cómoda, os nossos livros ordenados nas estantes e a nossa coleção de cd's em destaque no canto da sala.

Entretanto conheci in loco o meu futuro lar.
E demos conta de que as dimensões deste esquema  não correspondem à realidade e de que o quarto tem uma parede torta! Nada que abale o nosso entusiasmo ou belisque os nossos sonhos, claro! 

O pior foi o susto que apanhámos por causa das condições em que se encontra a casita.
Suja, praticamente inabitável... é o massacre!
Está ainda longe de ser o espaço que idealizamos e vai exigir trabalho e muita transpiração.

Mas é um trabalho que faremos com alegria e que registaremos aqui porque tenho má memória.

Faltam 6 meses e meio.