Não vamos ter uma!
Não me lembro ao certo como decidimos não ter televisão. Talvez tenha sido porque eu me estava sempre a queixar que ficava acordada até muito tarde porque não conseguia deixar de ver o CSI na Sic. Ou porque o David se queixava da inutilidade de grande parte da programação.
Entretanto, com o "apagão TDT" deixei de ter televisão em Lisboa. Confesso que, morando sozinha, a primeira semana foi terrível! Queria barulho de fundo e imagens a mexer, mesmo que não lhes desse muita importância.
Curiosamente este período coincidiu com um fórum do GBU, onde ouvimos o orador Alfredo Abreu. Uma das coisas de que ele falou foi da importância do silêncio. (Aliás! Mais do que falou! Ele levou-nos numa autêntica e quase dolorosa viagem pelo silêncio. Sabiam que pensamos melhor em silêncio? Claro que sabiam. O que demora a reparar é que o silêncio é muito difícil de alcançar hoje em dia.) A partir desse fórum, em vez de me sentir confortável com barulhos de fundo, passei a procurar o desconforto do silêncio e, aos poucos, fui-me habituando. E gostando.
Agora, oiço música quando quero mesmo ouvir música, não para ter cenário sonoro. Vejo filmes quando quero ver filmes, não quando quero que haja alguma
acção a fingir pela casa.
Além do mais, acredito que assim quando nos sentirmos aborrecidos vamos ser mais depressa impelidos a sair de casa e a passear. O que é bom.
The world is outside, people!
A nossa única questão em relação a esta decisão é não saber bem onde vamos ver filmes e séries. (Sim, porque nós gostamos mesmo de filmes e de séries!) Nos computadores portáteis não dá muito jeito, se quisermos ver com mais amigos. Depois também há quem diga que os nossos filhos, um dia, se vão sentir "esquisitos" porque os pais não querem televisão em casa...
Mas estas já são outras questões!